sempre uma escolha

28-10-2025

Mesmo nos momentos de desespero, tédio ou ansiedade,
carrego dentro de mim uma verdade silenciosa —
a capacidade de escolher.

Por mais aprisionada que eu me possa sentir,
há sempre uma escolha disponível.
Pode ser pequena, subtil, quase invisível. Mas está lá.

A escolha de respirar.
De sentir o que está a acontecer agora.
De olhar numa nova direção.
De mover-me — mesmo que ligeiramente — em direção a algo diferente.

Em termos de Gestalt, este é o momento de dar-me conta:
o ponto onde o contacto com o presente começa a expandir-se.

Quando começo a reconhecer isto, algo muda.
A vida deixa de parecer um caminho fixo e linear
e transforma-se numa paisagem pela qual posso deslocar-me.

E onde quer que eu vá, levo comigo essa paisagem interior.

Percebo que, ao mover-me — emocionalmente, mentalmente ou fisicamente —
também começo a mover e a transformar o mundo à minha volta.

Esta consciência não nasce de pensar uma saída.
Ela cresce através da atenção e da perceção:
sentir o corpo, ouvir a emoção,
observar como estabeleço ou rompo o contacto com o mundo.

De que sensações estou consciente neste momento?
Que cores, sons ou movimentos chamam a minha atenção?

Este tipo de atenção enraíza-me no presente.
E, ao permanecer com o que é,
sem me apressar em mudar,
frequentemente descubro que o movimento surge de forma natural.

Isso lembra-me de que não estou sozinha.
Sou tocada pelos outros, pelo ambiente, pelo som e pelo silêncio.

E, ao ser tocada, posso também responder,
mudar,
e alterar a minha direção.

Sempre uma escolha.